sábado, 14 de agosto de 2010

AEH em Carmo do Rio Claro - MG



Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto investigam doença rara em Carmo do Rio Claro

O Angioedema Hereditário é uma doença provocada por uma mutação genética que afeta o sistema imunonógico

09/07/2010


Pelo menos cinco gerações de uma mesma família de Carmo do Rio Claro vem sendo vítima de uma doença rara, o Angioedema Hereditário, como o próprio nome diz, transmitida de pai para filho. Segundo especialistas, trata-se de uma doença provocada por uma mutação genética que afeta o sistema imunonógico e caracteriza-se por episódios de inchaços intensos no corpo da vítima, sendo mais comum no rosto, pés e mãos e também internamente nas alças abdominais, provocando dores muito fortes.

Em uma situação mais grave pode ocorrer o edema de glote, que pode levar a pessoa à morte por asfixia, explica a doutora Maria Fernanda Ferraro, que desde 2007 vem estudando sistematicamente a presença da doença no município, primeiro como sua tese de mestrado, e agora, de doutorado. Ela e uma equipe do Ambulatório de Alergia da Faculdade de Medicina da Usp-Ribeirão Preto, chefiada pela doutora Karla Arruda, estiveram nesta 5ª feira (08/07) no Centro de Vigilância Epidemiológica do município coletando novas amostras de sangue de integrantes da família. Nos últimos oito anos, 20 pessoas dessa família, incluindo homens, mulheres e crianças, já tiveram o diagnóstico confirmado.

50 vezes maior

Enquanto a incidência da doença é de um caso por 50 mil habitantes, de acordo com a literatura médica, em Carmo do Rio Claro é de um caso a cada mil, ou seja, 50 vezes maior, revela a doutora Maria Fernanda. As pesquisadoras afirmam também que esse núcleo localizado em Carmo do Rio Claro é provavelmente a maior família no mundo portadora de angioedema. Os novos exames vão indicar a existência ou não da doença em familiares que ainda resistiam ao teste ou que não haviam sido localizados. “Em caso de confirmação, a pessoa pode não ter o sintoma agora, mas com certeza terá no futuro”, salienta a doutora Maria Fernanda. Por outro lado, ela explica: “quem teve o teste negativado poderá ter a tranquilidade de que nunca passará a doença às futuras gerações”.

O tratamento

De acordo com as pesquisadoras, existe tratamento preventivo, feito com a ingestão de comprimidos de medicação específica, de duas a três vezes por semana e, em alguns casos, até diariamente. A Prefeitura Municipal oferece a medicação mediante prescrição médica. A doutora Maria Fernanda salienta que muitos confundem a doença com algum processo alérgico, o que, segundo ela, não tem nenhuma conexão.

Até o momento, não se sabe o que provoca a mutação genética, apenas que ela leva à deficiência de uma enzima (proteína) que regula o sistema imunológico, importante para evitar que o angioedema ocorra.

Lucíola Zvarick – Jornalista

Fonte: carmodorioclaro.mg.gov.br/noticias.php?idn=89







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